Senhores Atenienses, Ouçam!

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

DEUS É O SENHOR DA HISTÓRIA E DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO - parte final

                                 À vontade de Deus efetuou a eleição

 E aqui nós nos deparamos como uma dualidade dilemática, pois o homem enquanto homem quer exercitar seu orgulho cooperando com a salvação. A presciência sendo mal interpretada corrobora para o antropocentrismo, ou seja, Deus elegeu alguns homens porque Ele anteviu que eles iriam crer em seu nome. Assim a causa última da salvação não é a escolha que Deus faz do pecador, mas a escolha que o pecador faz de Cristo. Eu quero refutar tal proposição dizendo que a eleição não é proporcional aos méritos humanos, sabem por que, porque não havia mérito algum no homem, ele estava totalmente morto em seus delitos e pecados. Em 2Tm 1:9 "que nos salvou e nos chamou com santa vocação, não segundo as nossas obras, mas conforme sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos". Deus elegeu e predestinou para salvação conforme a sua vontade, sem qualquer previsão de mérito em relação ao homem. Eu fico imaginando a cena lá na eternidade, Deus usando um telescópio cósmico-celestial, tentando encontrar alguns que iriam crer nEle. É como se estivesse desesperadamente mendigando alguns que o aceitariam. Que cena patética, onde Deus diria oh fulano creu, que pena fulano não creu. Entre estes que creram irei recompensá-los, vou lhes conceder a salvação. O universo não está dividido de forma vertical, onde o homem e Deus estão medindo forças igualitativas, o universo está dividido de forma horizontal, Deus está acima de todas as coisas. Ele não é o ator coadjuvante da história, Ele não é o ator principal da história, Ele não dono da Paramont Pictures, ou Disney Word Vídeo, Ele é o Dono da história e todas as coisas acontecem conforme a imutabilidade dos seus decretos eternos.  O homem não é autônomo na história, mas está debaixo do beneplácito da vontade do Senhor. O homem não cooperou com Deus, pois Sua mente não é passível de receber influência de algo que nem existira na eternidade "o homem". À vontade de Deus efetuou em nós tanto o querer quanto o realizar. O homem harmoniza-se com a Soberania de Deus, respondendo ao Seu beneplácito, não existe uma escravidão, mas uma libertação de um estado comum de existência.  

por Rev. Jeferson Roberto
        

domingo, 12 de dezembro de 2010

DEUS É O SENHOR DA HISTÓRIA E DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO - parte 3

A predestinação delimitou alguns para filhos
                             Efésios 1.5 e 13
            Talvez você possa dizer o seguinte, eu não gosto desta palavra predestinação, ela me causa ojeriza, e eu diria a você tudo bem, goste daquilo que você quiser gostar, mas sou obrigado a dizer que se você não gosta desta palavra, Deus gosta, pois a colocou nas Escrituras.     
Meus queridos talvez vocês possam estar perguntando-se, mas eleição e predestinação não são as mesmas coisas. Eu diria que são conceitos semelhantes, porém não são exatamente iguais, ou seja, como disse a princípio a eleição é a decisão de Deus de retirar alguns de um estado comum, enquanto a predestinação é o destino no qual  Ele coloca essas pessoas.
            Por exemplo: Se Deus simplesmente tivesse escolhido alguns, poderíamos nos perguntar, escolheu para que ?, responderíamos para a salvação, então a salvação é o destino para o qual  Deus nos escolheu.
            Outra exemplificação : Suponhamos que eu tenha uma empresa, e esteja precisando de alguém para trabalhar, eu vou entrevistar 50 candidatos, para uma única vaga. Eu vou escolher essa pessoa, mas se eu ficasse simplesmente no fato de escolher, não responderia muita coisa. Até que essa escolha culminasse em seu objetivo, que é de ocupar a vaga na empresa. Eleição e predestinação estão intrinsecamente ligadas, até mesmo dentro das Escrituras, pois o Senhor nos elegeu e nos predestinou para a salvação, como filhos.      
            A palavra Predestinação no original é (Proorizw), que significa “delimitar”, ou seja, “para aquilo que estamos sendo focalizados”.
            Assim como o horizonte é o ponto de encontro do céu e a terra, assim também Deus estabelece os limites e destino, daqueles a respeito de quem escolheu para adoção.
            Meus queridos vamos tornar esta predestinação com um caráter mais prático para nós. Eu disse que Deus  predestinou alguns para filhos e conseqüentemente para a salvação, então Ele não nos predestinou para inutilização, o que eu quero dizer com isso, olhe para o verso 13 que diz... Sermos filhos escolhidos para Deus, não deve nos projetar para um estado de inércia, ou para uma posição cuja, as nossas atitudes remetem para uma imbecilidade de acharmos que somos melhores que os outros, ou de cairmos na chamada ociosidade doutrinária, em que os eleitos virão. 
             Meus amados em 1 Co 1:21  Paulo nos ensina que  aprouve Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação. Paulo nos desafia como filhos adotivos de Deus, a agirmos como ele. Paulo fala da eleição, fala da predestinação, mas não fica preso dentro de suas convicções teológicas, muito pelo contrário ele anuncia a palavra da verdade, ele faz reverberar que a salvação é pela graça mediante a fé e é dom de Deus. Ele sabia que foi feito filho por meio de Cristo e que sua fé resultou da sua eleição, e que Cristo não ficou estático em seu trono esperando as coisas acontecerem, mas esvaziou-se de Sua glória  para cumprir cabalmente tudo quanto lhe foi ordenado na eternidade, e morreu na cruz para sermos conforme a imagem Dele, Rm 8:29 nos diz isto. Quem somos nós para ficarmos como vaca de presépio, esperando o natal acabar para serem colocadas na caixa velha e ali ficar mais um ano.  
           A delimitação para sermos filhos deve ser a mola propulsora  de uma fé ativa e prática diante de Deus.
           Aliás, Paulo nos fala que fomos predestinados a sermos conforme a imagem de seu Filho, e as Escrituras nos ensinam  que já fomos glorificados na eternidade. Agora olhe para você, e pense bem sobre quem você é, e o que você tem sido, as palavras que você tem proferido no seu dia-a-dia, as atitudes que você toma ou tem tomado, a natureza do seu coração  morada  de tantos sentimentos mesquinhos e inescrupulosos, todas as falhas que você e eu cometemos,  mesmo sendo regenerados. E agora olhe para Cristo, você será como Ele, pois é o primogênito entre muitos irmãos. Isso deve causar em todos nós uma vida de verdadeiros filhos, pois por meio Dele fomos instalados em Seu reino, mesmo não encontrando nada de bom em nós. Filhos não da ira, mas filhos do favor unilateral do Senhor.
            O apóstolo é preciso em cada palavra que escreve, porque depois de discorrer sobre a eleição, e o destino que ela nos levou, ele diz que tudo que foi feito não pela sua vontade, mas pela vontade do Pai.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

DEUS É O SENHOR DA HISTÓRIA E DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO - parte 2

A eleição retirou alguns do estado comum 
Efésios 1.4

Nós não tínhamos nenhuma disposição em nossa existência  que pudesse ter nos conduzido a Deus, estávamos totalmente debilitados e vivendo dissolutamente, sem nenhum senso de debilidade perante Deus, vivíamos como se não estivéssemos presos ao tempo, e que a morte fosse o resultado de uma reciclagem  da alma para uma perfeição futura.  
Não conhecíamos o verdadeiro sentido de existir, mas Paulo nos mostra que Deus de forma unilateral traz um relacionamento de concerto, porque antes da fundação do mundo Ele retirou alguns de um estado comum, onde todos estavam em um mesmo estado de putrefação da alma, onde o homem encontrava-se em um estado situacional de morte. A escolha de Deus chama o homem de um grupo com a mesma condição, que tem tudo em comum, um patamar igual de depravação total, e ativamente tira o homem dentro deste grupo comum, para  fazer parte de um grupo selecionado, agora com uma condição, uma situação especial. Com isso podemos dizer que a  segurança eterna do cristão não está arraigada no que ele fez ou faz, mas no lugar em que ele foi colocado, não por causa de virtudes pessoais, mas por prerrogativa divinas.
Quando Paulo ensina que fomos escolhidos nEle, ou seja, em Cristo antes da fundação do mundo, ele certamente anula qualquer pensamento de Deus em relação a méritos humanos. “A eleição é a raiz da salvação, não seu fruto”. Se Deus nos escolheu para que fôssemos santos, não nos escolheu porque previu que seríamos santos. Paulo ensina que o homem é agente passivo no desenvolvimento relacional no que diz respeito à salvação. Deus na eternidade olha para o problema de oquidão, na fissura, no abismo, no problema de infra-estrutura do homem e exerce o seu amor em Cristo.
 Como disse George Wieltifield Cristo é tudo em todos e o homem não é nada, e o homem tem uma livre vontade que se exercida leva-o para o inferno, mas o homem  não tem vontade para ir para o céu.
Aliás, a eleição não teria qualquer significado se Cristo não tivesse morrido na cruz, pois antes da fundação do mundo Ele já era o Representante o Fiador daqueles que seriam recolhidos. Cristo não é apenas o fundamento da Igreja, visto que a eleição é desde a eternidade, e realiza-se Nele, e podemos dizer que Ele é o fundamento eterno. (Em João 17: 24)  
A  eleição é em Cristo, Paulo elimina toda e qualquer consideração de obras meritórias de nossa parte, pois é exatamente como se ele dissesse: Desde que entre todos os filhos de Adão, o Pai Celestial não encontrou ninguém digno de sua eleição, Ele escolheu em Cristo membros para o seu corpo, pois não existia no homem dignidade para tal escolha.
O verbo grego aqui traduzido por “elegeu” ou “escolheu” ( Exelexato ), está 2º Pes.Sing. 1º Aor. Méd. de, (Eklegw) que é (Eklegomai) significando “Selecionando para si” ”. Ele tem como prefixo a preposição” ek “, que eqüivale a” a partir de “. E a voz média do verbo acrescenta o sentido de escolher por si mesmo. Nós fomos escolhidos antes do mundo ser criado. Esta escolha estava arraigada nas profundezas do ser de Deus. Nós não conduzimos, pelo contrário nós fomos conduzidos”.
Todos os homens encontravam-se em um mesmo estado, sem virtude, sem santidade, sem dignidade espiritual, espiritualmente esfacelado diante de Deus, mas a eleição  proporcionou ao homem uma vida de dignidade que emana de Deus.
  A glória de Deus é a finalidade mais elevada. À qual a nossa santificação está subordinada. Esta santificação deve ser diante de Deus, o que deve ser levado mais em conta não é o que somos pela avaliação dos homens, e sim, o que somos aos olhos de Deus.
Cristo orou : é por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são Teus. Mas, Paulo não somente fala da escolha de Deus, que selecionou, chamou alguns de um grupo comum, e resolveu por si mesmo colocá-los em outra posição, na qual antes eles não se encontravam, mas ele continua dizendo que em amor nos predestinou para algo específico.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

DEUS É O SENHOR DA HISTÓRIA E DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO - parte 1

Meus amados, quando os nossos livros de história descrevem acontecimentos passados, eles procuram estabelecer uma conexão de causa e efeito entre os fatos ocorridos. Muitos autores modernos de história seguem o modelo de interpretação, que o filósofo alemão Hegel propôs. Friedrich Hegel desenvolveu o sistema de Tríades, o qual foi denominado como um processo Dialético. Ou seja, ele entendia o mover da história como a sucessão de Tese, Antítese e Síntese. Em sua visão, o consenso alcançado na síntese de um processo histórico é o ponto de partida de um novo conflito. Mais cedo ou mais tarde, uma configuração histórica gera forças que lhe fazem oposição até se acomodarem em uma nova síntese. Com isso, a espiral da história humana se repete em constantes revoluções e, lentamente se move pelo tempo. E através destes encadeamentos dos fatos, os historiadores tentam compreender e interpretar o passado.

Se Hegel tivesse tido a oportunidade de comentar o livro de Efésios, ele certamente aplicaria sua dialética de tese, antítese e síntese. Onde a sua interpretação do texto lido, seria uma exposição dos conflitos entre Deus e o Homem durante a história no que concerne a “Eleição”. Com certeza ele chegaria a seguinte interpretação e conclusão: A teologia tem suas diversidades durante a história, então a tese que Deus é quem escolhe, iria gerar a antítese que é o homem quem escolhe, e o conflito da tese e antítese iria formular a síntese, ou seja Deus escolhe porque ele anteviu que o homem iria crer. Então resolveria o problema, Deus tem o direito de escolher, mas o homem tem também o direito de ser escolhido pelo fato de ter crido e a história ficaria responsável por tal proposição.

Como cristãos sabemos que a história não se projeta como lei de causa e efeito, sabem que a história não é escrava da dialética de Hegel e muito menos a salvação do homem. A história do universo e do homem é unicamente condicionada pelo futuro que Deus na eternidade, em sua Soberania e Graça lhe quis conceder.

Paulo não conheceu Hegel, mas conheceu Aquele que conduz a história e age como dono dela, e não mero expectador dos acontecimentos históricos no tempo. O homem não está condicionado ao tempo, mas está condicionado totalmente ao agir de Deus, que governa o tempo, e a história que decorre neste tempo.

O eixo da história não é a própria história ou o homem, mas Deus é a centralidade, ele é o Grande Pensador e Realizador de todas as coisas, até mesmo cada molécula passeando no universo não está divorciada, não está vagando aleatoriamente do seu Poder.

por Rev. Jeferson Roberto