Senhores Atenienses, Ouçam!

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

SANTIFICADO SEJA O TEU NOME


O NOME

Para os judeus, a idéia de “nome” é algo muito mais importante e representa bem mais que para nós, ocidentais. Para eles (e para os orientais em geral, acredito) quando falo do nome de alguém, estou me referindo à própria pessoa que carrega este nome.

Isto é tão importante na cultura dos escritores da Bíblia que, para eles, quando dou o nome para alguém, isto quer dizer que tenho uma posição de autoridade sobre esta pessoa. Por exemplo, Adão deu nomes aos animais. Os pais dão nomes a seus filhos. R.C. Sproul nos diz que somente Deus poderia nomear aquele bebê nascido da Virgem, a encarnação de Seu Filho. Me parece que ele está certíssimo. Que autoridade humana estaria sobre Alguém que carrega o governo em seus ombros (Is 9.6)?

Outro caso importante é quando acontece de Deus mudar o nome de alguém. Nesta situação, é como se ele estivesse redefinindo o que aquela pessoa é. Abrão, o “pai exaltado”, torna-se Abraão, o “pai de muitas nações”. É maravilhoso saber que receberemos um “novo nome” (Ap 2.17) na consumação de todas as coisas, quando seremos glorificados (1Co 15.52; Rm 8.30). Isto leva muitas pessoas a pensarem que não conseguiremos reconhecer os irmãos no céu, mas, à luz do que estamos estudando, me parece que este novo nome representa nossa transformação em cidadãos celestiais. De certa forma, seremos as mesmas pessoas, porém seremos como o Cristo ressurreto é (1Jo 3.2), mas também pessoas diferentes, sendo definidas por nomes diferentes. Não estou dizendo que não receberemos nomes novos, literalmente falando, mas digo que existe uma razão maior e mais gloriosa – como no caso de Abraão.

Vemos também essa peculiaridade do “nome” na Bíblia quando os construtores da Torre de Babel querem “fazer um nome” (Gn 11) para eles. Aqueles homens queriam com isso serem famosos ou reconhecidos, opondo-se desta forma ao nome de Deus. E opor-se ao nome de Deus certamente é bem mais que simplesmente opor-se a uma junção de letras. É voltar-se contra o próprio Criador.

No Novo Testamento podemos ver este padrão se repetindo com Jesus. Os autores do Novo Testamento não fazem diferença entre Jesus e o Nome de Jesus, o que os leva a personificar o Nome. Lucas diz que os apóstolos foram humilhados por causa do Nome (At 5.41), João nos fala de missionários motivados pelo Nome (3Jo 7), e Pedro chega afirmar que o Nome curou certo homem (At 3.16)!

Em Filipenses 2, quando Paulo trata da exaltação de Cristo como Senhor, podemos perceber que esta “teologia do nome” também está presente. O Apóstolo nos diz que após sua ressurreição Jesus recebeu o nome que está acima de todo nome (Fl 2.9). Esta é uma afirmação gloriosa! Não existe qualquer nome (isto é, pessoa) acima do nome de Jesus. Como resultado de seu penoso trabalho, aquele carpinteiro, aquele nazareno, aquele que nem tinha onde dormir e de quem escondíamos o rosto, foi elevado à mais alta posição possível! Acredito que não estou errado ao dizer que, pelo menos durante o ministério terreno de Cristo, “Jesus” era o nome que está abaixo de todo nome.

Mas agora tudo mudou! Quando Jesus nos diz que recebeu toda a autoridade nos céus e na terra (Mt 28.18), ele está dizendo que seu Nome está acima de todos os nomes. Ninguém pode fazer nada sem a permissão de Jesus! E é diante deste nome, Paulo continua, que todos se prostrarão (Fl 2.10).

E, prostrados, todos (inclusive os incrédulos) terão de admitir que realmente não existe alguém acima de Jesus. E como elas farão isso? Chamando-o não apenas de Jesus, mas de um nome que o define como Soberano sobre a vida de cada indivíduo e também sobre todo o universo. Todos os incrédulos terão de admitir que aquele Jesus, que eles tanto zombaram e desprezaram, tem também o nome de Senhor.
TERCEIRO MANDAMENTO
“Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êxodo 20:7).
A finalidade do terceiro mandamento é afirmar a santidade de Deus. Não podemos profaná-lO e nem tratá-lO irreverentemente. Não se deve pensar em Deus ou em seus mistérios sem a devida sobriedade e reverência.
Na Bíblia, o nome está intimamente ligado à pessoa, indicando o seu próprio caráter, ou ainda denotando a posição e função de quem traz o nome (Êx 23.21).
O terceiro mandamento nos diz que quando lembramos do nome de Deus, devemos preparar-nos para render-lhe culto porque as verdades que sabemos sobre alguém são despertadas quando pronunciamos o seu nome.
O VALOR DO TERCEIRO MANDAMENTO
No Antigo Testamento, o castigo para o mau uso do nome de Deus era o apedrejamento (Lv 24.16). Percebemos que essa proibição estava ligada ao juramento falso, que era usar o nome de Deus para atestar uma declaração mentirosa (Lv 19.12).
Esse mandamento não exclui a recorrência ao nome do Senhor em juramentos verdadeiros e solenes (2Sm 2.27; Jr 4.2; Nm 30.3; Js 7.17; Jo 9.24; 2Co 1.23). Podemos invocar o nome de Deus nas angústias. Também podemos invocar Seu nome clamando por socorro e salvação (Sl 50.15).
Mt 6.9: ‘Santificado seja o teu nome…”. Deus já é santo, então significa que somos santificados quando deixamos o Nome de Deus infundir em nossa natureza aquilo que Ele traz (santidade, cura, autoridade, provisão etc) – Rm 10.10-13.
Hans Ulrich Reifler, em seu livro: “A Ética dos Dez Mandamentos” (editora Vida Nova), diz à respeito do terceiro mandamento: “Muitas pessoas abusam do nome do Senhor inconscientemente. Na cultura brasileira, as expressões ‘meu Deus’, ‘Deus me livre’, ‘se Deus quiser’, ‘Deus é testemunha’, ‘juro por Deus’ tornam-se tão freqüentes, e até populares, que todos acabaram se acostumando. Mas isso não justifica sua perpetuação. Não estamos postulando uma quebra da cultura, mas, antes uma transformação pela presença real de Cristo em nossas vidas. O problema não está no uso dessas palavras, mas na atitude do coração. Quando bem pensadas, tais expressões constituem uma oração, manifestam nossa confiança no Senhor e testificam a sinceridade da nossa fé. Por outro lado, não resta dúvida de que o uso impensado dessas frases não ajuda em nada; pelo contrário revela leviandade para com as coisas sagradas, e é isto o que está em pauta no terceiro mandamento.”
FORMAS “SUTIS” DE TOMAR O NOME DO SENHOR EM VÃO:
Na Bíblia “vão” significa “vazio”, “sem conteúdo”, “sem valor”, “não produtivo”. Pronunciar o nome de Deus em vão demonstra um desprezo para com o Deus Todo-Poderoso, que é um Deus de plano e propósito.
1. Com irreverência – Ef 5.3,4: “…palavras vãs ou chocarrices…”. São todas aquelas formas de falar, aquelas frases irreverentes que usamos que incluem o nome santo de Deus. Como é comum e inconseqüente soltarmos um “meu Deus do céu”, “pelo amor de Deus”. Se queremos realmente dizer aquilo, então não tem problema. Mas se for apenas uma “força de expressão” ou comentário descuidado, aí é outra coisa.
2. Com hipocrisia (Is 48.1) –  São pessoas que se chamam pelo nome de Deus, mas não vivem sinceramente na presença de Deus. Professar e cantar publicamente, mas em casa não viver a verdade que confessa.
3. Como uma falsa imagem – Usamos em vão o nome de Deus quando usamos Deus como espantalho na educação dos filhos, quando, por exemplo, ameaçamos dizendo: “Deus está te vendo! Deus vai te castigar!”.
•    Com esses abusos do nome de Deus, muitas pessoas foram feridas na sua infância.  A imagem curadora de Deus se transforma numa imagem ameaçadora, vingativa e muito exigente.
4. Como forma de manipular – Quando se usa o nome de Deus para manipular as massas:
a. Política (“guerras santas”)
b. Religião (manipulação; intimidação)
c. Intolerâncias
d. Na igreja: o famoso “Deus me falou”!
5. Como um chavão – Quando alguém usa o nome de Deus ou de Jesus Cristo como obscenidades – ou como expressões convenientes de raiva, frustração ou medo –, essa pessoa ainda não teve nenhum vislumbre real da majestade, santidade e maravilha de Deus.
Jamais devemos usar o nome de Deus de maneira frívola ou mecanicamente.
O OUTRO LADO DA MOEDA
Para cada assertiva negativa, existe um conceito positivo por trás. Quando um pai diz: “não fique na frente dos carros”, ele está dizendo: “não quero que se machuque. Quero você vivo e feliz!”.
A Bíblia não nos proíbe pronunciar o (s) nome (s) de Deus. Ela nos encoraja a invocá-lo de coração e com temor:
João 14:13: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho”.
O nome de Jesus não deve ser pronunciado como uma palavra mágica, e nem somente como uma forma de terminar uma oração com estilo. Com esse nome, fazemos ao Pai uma petição e assinamos com o Nome daquele que tem autoridade nos céus e Terra, sabendo que o Pai não negará nada ao Seu Filho primogênito.
Colossenses 3:17: “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”.
Aqui somos colocados frente à responsabilidade que esse nome traz àqueles que o carregam. Quando você diz: “sou um cristão”, você está dizendo que é como Cristo.
2 Timóteo 2:19: “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor”.
Salmos 68:4: “Cantai a Deus, salmodiai o seu nome; exaltai o que cavalga sobre as nuvens. SENHOR é o seu nome, exultai diante dele”
SOLI DEO GLORIA! 


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