A Reforma não reconheceu nem ensinou nada novo. Isto é, nada novo em referência ao ensinamento da Igreja primitiva. A Reforma voltou simplesmente às duas colunas básicas a que nos referimos mais acima. A Palavra de Deus era a única autoridade, e a salvação tinha como base única a obra definitiva do Senhor Jesus Cristo, consumada na cruz. Tudo isso significava a remoção dos elementos humanistas. A Reforma foi revolucionária porque se apartou tanto do humanismo católico-romano, como do secular.
Para entender o que sucedeu depois, deve-se ter em conta que, há uns 250 anos atrás, o humanismo tinha se introduzido na Alemanha, e desta vez nas igrejas que haviam surgido da própria Reforma. Isto foi o nascimento do que na atualidade se chama usualmente liberalismo ou modernismo protestante. A alta crítica alemã e tudo quanto brotou dela até nossa geração, é simplesmente a entrada do pensamento humanista na Igreja protestante depois da Reforma, exatamente como, desde a época de Constantino em diante, o humanismo entrou na corrente da Igreja primitiva. Nunca se enfatizará suficientemente que a alta crítica não sobreveio porque certos fatos a fizeram necessária, mas porque a filosofia humanista sobreveio primeiro. Aceitou-se em primeiro lugar a filosofia humanista, e logo foram adicionados “fatos” que pareciam poder prover uma base conforme a perspectiva humanista. A alta crítica não foi a causa, mas o resultado. Os teólogos protestantes de tal época permitiram a entrada do conceito humanista na Igreja protestante. As duas colunas básicas não humanistas da Igreja foram destruídas de novo. O que devemos entender agora é que, na nossa própria geração, tanto o humanismo do sistema católico-romano como o do protestantismo liberal não diminui, mas que é cada vez mais forte em ambos.
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