Senhores Atenienses, Ouçam!

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

DEUS É O SENHOR DA HISTÓRIA E DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO - parte final

                                 À vontade de Deus efetuou a eleição

 E aqui nós nos deparamos como uma dualidade dilemática, pois o homem enquanto homem quer exercitar seu orgulho cooperando com a salvação. A presciência sendo mal interpretada corrobora para o antropocentrismo, ou seja, Deus elegeu alguns homens porque Ele anteviu que eles iriam crer em seu nome. Assim a causa última da salvação não é a escolha que Deus faz do pecador, mas a escolha que o pecador faz de Cristo. Eu quero refutar tal proposição dizendo que a eleição não é proporcional aos méritos humanos, sabem por que, porque não havia mérito algum no homem, ele estava totalmente morto em seus delitos e pecados. Em 2Tm 1:9 "que nos salvou e nos chamou com santa vocação, não segundo as nossas obras, mas conforme sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos". Deus elegeu e predestinou para salvação conforme a sua vontade, sem qualquer previsão de mérito em relação ao homem. Eu fico imaginando a cena lá na eternidade, Deus usando um telescópio cósmico-celestial, tentando encontrar alguns que iriam crer nEle. É como se estivesse desesperadamente mendigando alguns que o aceitariam. Que cena patética, onde Deus diria oh fulano creu, que pena fulano não creu. Entre estes que creram irei recompensá-los, vou lhes conceder a salvação. O universo não está dividido de forma vertical, onde o homem e Deus estão medindo forças igualitativas, o universo está dividido de forma horizontal, Deus está acima de todas as coisas. Ele não é o ator coadjuvante da história, Ele não é o ator principal da história, Ele não dono da Paramont Pictures, ou Disney Word Vídeo, Ele é o Dono da história e todas as coisas acontecem conforme a imutabilidade dos seus decretos eternos.  O homem não é autônomo na história, mas está debaixo do beneplácito da vontade do Senhor. O homem não cooperou com Deus, pois Sua mente não é passível de receber influência de algo que nem existira na eternidade "o homem". À vontade de Deus efetuou em nós tanto o querer quanto o realizar. O homem harmoniza-se com a Soberania de Deus, respondendo ao Seu beneplácito, não existe uma escravidão, mas uma libertação de um estado comum de existência.  

por Rev. Jeferson Roberto
        

domingo, 12 de dezembro de 2010

DEUS É O SENHOR DA HISTÓRIA E DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO - parte 3

A predestinação delimitou alguns para filhos
                             Efésios 1.5 e 13
            Talvez você possa dizer o seguinte, eu não gosto desta palavra predestinação, ela me causa ojeriza, e eu diria a você tudo bem, goste daquilo que você quiser gostar, mas sou obrigado a dizer que se você não gosta desta palavra, Deus gosta, pois a colocou nas Escrituras.     
Meus queridos talvez vocês possam estar perguntando-se, mas eleição e predestinação não são as mesmas coisas. Eu diria que são conceitos semelhantes, porém não são exatamente iguais, ou seja, como disse a princípio a eleição é a decisão de Deus de retirar alguns de um estado comum, enquanto a predestinação é o destino no qual  Ele coloca essas pessoas.
            Por exemplo: Se Deus simplesmente tivesse escolhido alguns, poderíamos nos perguntar, escolheu para que ?, responderíamos para a salvação, então a salvação é o destino para o qual  Deus nos escolheu.
            Outra exemplificação : Suponhamos que eu tenha uma empresa, e esteja precisando de alguém para trabalhar, eu vou entrevistar 50 candidatos, para uma única vaga. Eu vou escolher essa pessoa, mas se eu ficasse simplesmente no fato de escolher, não responderia muita coisa. Até que essa escolha culminasse em seu objetivo, que é de ocupar a vaga na empresa. Eleição e predestinação estão intrinsecamente ligadas, até mesmo dentro das Escrituras, pois o Senhor nos elegeu e nos predestinou para a salvação, como filhos.      
            A palavra Predestinação no original é (Proorizw), que significa “delimitar”, ou seja, “para aquilo que estamos sendo focalizados”.
            Assim como o horizonte é o ponto de encontro do céu e a terra, assim também Deus estabelece os limites e destino, daqueles a respeito de quem escolheu para adoção.
            Meus queridos vamos tornar esta predestinação com um caráter mais prático para nós. Eu disse que Deus  predestinou alguns para filhos e conseqüentemente para a salvação, então Ele não nos predestinou para inutilização, o que eu quero dizer com isso, olhe para o verso 13 que diz... Sermos filhos escolhidos para Deus, não deve nos projetar para um estado de inércia, ou para uma posição cuja, as nossas atitudes remetem para uma imbecilidade de acharmos que somos melhores que os outros, ou de cairmos na chamada ociosidade doutrinária, em que os eleitos virão. 
             Meus amados em 1 Co 1:21  Paulo nos ensina que  aprouve Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação. Paulo nos desafia como filhos adotivos de Deus, a agirmos como ele. Paulo fala da eleição, fala da predestinação, mas não fica preso dentro de suas convicções teológicas, muito pelo contrário ele anuncia a palavra da verdade, ele faz reverberar que a salvação é pela graça mediante a fé e é dom de Deus. Ele sabia que foi feito filho por meio de Cristo e que sua fé resultou da sua eleição, e que Cristo não ficou estático em seu trono esperando as coisas acontecerem, mas esvaziou-se de Sua glória  para cumprir cabalmente tudo quanto lhe foi ordenado na eternidade, e morreu na cruz para sermos conforme a imagem Dele, Rm 8:29 nos diz isto. Quem somos nós para ficarmos como vaca de presépio, esperando o natal acabar para serem colocadas na caixa velha e ali ficar mais um ano.  
           A delimitação para sermos filhos deve ser a mola propulsora  de uma fé ativa e prática diante de Deus.
           Aliás, Paulo nos fala que fomos predestinados a sermos conforme a imagem de seu Filho, e as Escrituras nos ensinam  que já fomos glorificados na eternidade. Agora olhe para você, e pense bem sobre quem você é, e o que você tem sido, as palavras que você tem proferido no seu dia-a-dia, as atitudes que você toma ou tem tomado, a natureza do seu coração  morada  de tantos sentimentos mesquinhos e inescrupulosos, todas as falhas que você e eu cometemos,  mesmo sendo regenerados. E agora olhe para Cristo, você será como Ele, pois é o primogênito entre muitos irmãos. Isso deve causar em todos nós uma vida de verdadeiros filhos, pois por meio Dele fomos instalados em Seu reino, mesmo não encontrando nada de bom em nós. Filhos não da ira, mas filhos do favor unilateral do Senhor.
            O apóstolo é preciso em cada palavra que escreve, porque depois de discorrer sobre a eleição, e o destino que ela nos levou, ele diz que tudo que foi feito não pela sua vontade, mas pela vontade do Pai.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

DEUS É O SENHOR DA HISTÓRIA E DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO - parte 2

A eleição retirou alguns do estado comum 
Efésios 1.4

Nós não tínhamos nenhuma disposição em nossa existência  que pudesse ter nos conduzido a Deus, estávamos totalmente debilitados e vivendo dissolutamente, sem nenhum senso de debilidade perante Deus, vivíamos como se não estivéssemos presos ao tempo, e que a morte fosse o resultado de uma reciclagem  da alma para uma perfeição futura.  
Não conhecíamos o verdadeiro sentido de existir, mas Paulo nos mostra que Deus de forma unilateral traz um relacionamento de concerto, porque antes da fundação do mundo Ele retirou alguns de um estado comum, onde todos estavam em um mesmo estado de putrefação da alma, onde o homem encontrava-se em um estado situacional de morte. A escolha de Deus chama o homem de um grupo com a mesma condição, que tem tudo em comum, um patamar igual de depravação total, e ativamente tira o homem dentro deste grupo comum, para  fazer parte de um grupo selecionado, agora com uma condição, uma situação especial. Com isso podemos dizer que a  segurança eterna do cristão não está arraigada no que ele fez ou faz, mas no lugar em que ele foi colocado, não por causa de virtudes pessoais, mas por prerrogativa divinas.
Quando Paulo ensina que fomos escolhidos nEle, ou seja, em Cristo antes da fundação do mundo, ele certamente anula qualquer pensamento de Deus em relação a méritos humanos. “A eleição é a raiz da salvação, não seu fruto”. Se Deus nos escolheu para que fôssemos santos, não nos escolheu porque previu que seríamos santos. Paulo ensina que o homem é agente passivo no desenvolvimento relacional no que diz respeito à salvação. Deus na eternidade olha para o problema de oquidão, na fissura, no abismo, no problema de infra-estrutura do homem e exerce o seu amor em Cristo.
 Como disse George Wieltifield Cristo é tudo em todos e o homem não é nada, e o homem tem uma livre vontade que se exercida leva-o para o inferno, mas o homem  não tem vontade para ir para o céu.
Aliás, a eleição não teria qualquer significado se Cristo não tivesse morrido na cruz, pois antes da fundação do mundo Ele já era o Representante o Fiador daqueles que seriam recolhidos. Cristo não é apenas o fundamento da Igreja, visto que a eleição é desde a eternidade, e realiza-se Nele, e podemos dizer que Ele é o fundamento eterno. (Em João 17: 24)  
A  eleição é em Cristo, Paulo elimina toda e qualquer consideração de obras meritórias de nossa parte, pois é exatamente como se ele dissesse: Desde que entre todos os filhos de Adão, o Pai Celestial não encontrou ninguém digno de sua eleição, Ele escolheu em Cristo membros para o seu corpo, pois não existia no homem dignidade para tal escolha.
O verbo grego aqui traduzido por “elegeu” ou “escolheu” ( Exelexato ), está 2º Pes.Sing. 1º Aor. Méd. de, (Eklegw) que é (Eklegomai) significando “Selecionando para si” ”. Ele tem como prefixo a preposição” ek “, que eqüivale a” a partir de “. E a voz média do verbo acrescenta o sentido de escolher por si mesmo. Nós fomos escolhidos antes do mundo ser criado. Esta escolha estava arraigada nas profundezas do ser de Deus. Nós não conduzimos, pelo contrário nós fomos conduzidos”.
Todos os homens encontravam-se em um mesmo estado, sem virtude, sem santidade, sem dignidade espiritual, espiritualmente esfacelado diante de Deus, mas a eleição  proporcionou ao homem uma vida de dignidade que emana de Deus.
  A glória de Deus é a finalidade mais elevada. À qual a nossa santificação está subordinada. Esta santificação deve ser diante de Deus, o que deve ser levado mais em conta não é o que somos pela avaliação dos homens, e sim, o que somos aos olhos de Deus.
Cristo orou : é por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são Teus. Mas, Paulo não somente fala da escolha de Deus, que selecionou, chamou alguns de um grupo comum, e resolveu por si mesmo colocá-los em outra posição, na qual antes eles não se encontravam, mas ele continua dizendo que em amor nos predestinou para algo específico.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

DEUS É O SENHOR DA HISTÓRIA E DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO - parte 1

Meus amados, quando os nossos livros de história descrevem acontecimentos passados, eles procuram estabelecer uma conexão de causa e efeito entre os fatos ocorridos. Muitos autores modernos de história seguem o modelo de interpretação, que o filósofo alemão Hegel propôs. Friedrich Hegel desenvolveu o sistema de Tríades, o qual foi denominado como um processo Dialético. Ou seja, ele entendia o mover da história como a sucessão de Tese, Antítese e Síntese. Em sua visão, o consenso alcançado na síntese de um processo histórico é o ponto de partida de um novo conflito. Mais cedo ou mais tarde, uma configuração histórica gera forças que lhe fazem oposição até se acomodarem em uma nova síntese. Com isso, a espiral da história humana se repete em constantes revoluções e, lentamente se move pelo tempo. E através destes encadeamentos dos fatos, os historiadores tentam compreender e interpretar o passado.

Se Hegel tivesse tido a oportunidade de comentar o livro de Efésios, ele certamente aplicaria sua dialética de tese, antítese e síntese. Onde a sua interpretação do texto lido, seria uma exposição dos conflitos entre Deus e o Homem durante a história no que concerne a “Eleição”. Com certeza ele chegaria a seguinte interpretação e conclusão: A teologia tem suas diversidades durante a história, então a tese que Deus é quem escolhe, iria gerar a antítese que é o homem quem escolhe, e o conflito da tese e antítese iria formular a síntese, ou seja Deus escolhe porque ele anteviu que o homem iria crer. Então resolveria o problema, Deus tem o direito de escolher, mas o homem tem também o direito de ser escolhido pelo fato de ter crido e a história ficaria responsável por tal proposição.

Como cristãos sabemos que a história não se projeta como lei de causa e efeito, sabem que a história não é escrava da dialética de Hegel e muito menos a salvação do homem. A história do universo e do homem é unicamente condicionada pelo futuro que Deus na eternidade, em sua Soberania e Graça lhe quis conceder.

Paulo não conheceu Hegel, mas conheceu Aquele que conduz a história e age como dono dela, e não mero expectador dos acontecimentos históricos no tempo. O homem não está condicionado ao tempo, mas está condicionado totalmente ao agir de Deus, que governa o tempo, e a história que decorre neste tempo.

O eixo da história não é a própria história ou o homem, mas Deus é a centralidade, ele é o Grande Pensador e Realizador de todas as coisas, até mesmo cada molécula passeando no universo não está divorciada, não está vagando aleatoriamente do seu Poder.

por Rev. Jeferson Roberto

terça-feira, 23 de novembro de 2010

RELIGIÃO OU A FÉ CRISTÃ?

A religião diz o que você deve fazer para ser salvo. Explora o adepto exigindo atos de bondade, de benevolência, de caridade, afim de que ele seja “aceito por Deus” e pelo seu grupo religioso.

A religião prega que você é o responsável pela sua própria salvação. Os seus méritos, seu desempenho, sua dedicação, seu grau de obediência, seu sacrifício, tudo isso juntos vão garantir o seu ingresso para o céu.

A religião define as regras de comportamento, que você deve cumprir para alcançar a sua salvação. Ela ensina: Faça para viver. Você é quem constrói a sua própria salvação baseado nas suas boas obras.

A religião está apoiada no orgulho humano, no currículo moral de cada um. Por isso ela é uma fábrica de hipócritas, de gente que fixa um olho na sua ação e o outro no aplauso da platéia. Produz pessoas sem alma, com muito zelo, mas sem amor. Gente falsa, que vive da aparência estética da capa da justiça própria. A religião tem trazido mais malefícios do que benefícios a humanidade. Mas morte do que Vida.

A fé Cristã ao contrário diz que todas as pessoas são pecadoras, incapazes de obedecer a lei de Deus pela própria força. Que todos estão na mesma condição. Orgulhosos e rebeldes por natureza.

A fé cristã ensina que é Impossível algum pecador pela sua própria conta tornar-se aceitável diante de um Deus que é totalmente Santo e Justo. A fé cristã ensina que todos os homens são criminosos diante da Santa Lei de Deus. Que todos estão cegos, separados de Deus, perdidos e condenados.

Somente quando o Espírito Santo por meio da Palavra revelada o convence do seu estado de rebelião para com Deus e sua santa Lei, é que ele entra em desespero na alma. O pecador ferido em sua própria consciência percebe que não consegue pela sua própria força encontrar paz e Esperança. Então o Espírito Santo aponta para alguém ensangüentado pendurado na Cruz, como Aquele que cumpriu a santa lei de Deus em seu lugar. E que a justiça que o ele precisa para torná-lo aceitável diante de Deus já foi cumprida por outro e não por si mesmo. E ainda que todos os pecados ou crimes cometidos contra a vontade de Deus, foram pagos pelo derramamento do seu sangue inocente, imaculado. Quem foi este que morreu a minha morte e pagou o castigo pelos meus pecados? Qual o seu nome? Noé? Moisés? Elias? João Batista? Pedro? João? Paulo? Maria? Isabel? Sócrates? Platão? Maomé? Buda? Confúcio? São Francisco? Santo Antonio? Madre Tereza? Padre Cícero? Por mais que tenhamos admiração e respeito por estas pessoas, nenhuma delas se compara a Jesus Cristo, o filho de Deus. Veja só. Nenhuma delas veio do Céu, nasceu de uma virgem, viveu sem pecado, alimentou mais de cinco mil pessoas com apenas 05 pães e dois peixes, deu ordens a tempestade, ressuscitou um cadáver após 04 dias de sepultamento, pagou pelos meus pecados morrendo na Cruz e ressuscitou ao 3º dia e Vive eternamente ao Lado do Deus Pai, intercedendo pelos arrependidos e humildes de espírito. Grave este nome no seu coração. O nome mais lindo, o nome mais sublime, o nome mais elevado, o nome mais digno acima de qualquer comparação. JESUS CRISTO, O ETERNO FILHO DE DEUS, O SAVADOR DO MUNDO.

A Fé Cristã é o reconhecimento da falência do homem na tentativa de atingir o padrão da justiça divina. É a consciência de que eu preciso desesperadamente de Cristo como o meu Salvador. É a compreensão de que Jesus, o Filho de Deus é o único que pode me reconciliar com o Deus-Santo. É a entrega sem reservas da vida, dos sentimentos, dos pensamentos e da vontade sobre o altar do Sacrifício de Jesus.

A mensagem da Fé Cristã não é, “Faça para Viver”, mas, Receba de Graça, o maior presente que Deus preparou pra a sua vida. JESUS CRISTO. O resultado deste encontro com Cristo na vida de quem o recebe são: perdão, paz, esperança de uma vida eterna após a morte, obediência, gratidão, santidade, serviço, respeito amoroso para com Aquele que experimentou o maior sacrifício já realizado na história da humanidade. A dolorosa morte na Cruz.

A fé Cristã produz pessoas humildes, dependentes de Deus, agradecidas, obedientes, santas, graciosas, generosas, amorosas, dispostas a perdoar aqueles que as ofenderam.

Concluímos, portanto, que a humanidade não precisa de uma religião. E sim, a humanidade precisa desesperadamente da Fé Cristã, que tem Jesus como único Salvador que morreu e foi sepultado para perdoar os nossos pecados e que ressuscitou para nos dá a certeza de uma vida Eterna. Sendo Cristo o nosso maior exemplo, de caráter, de conduta e de boas obras.

O mundo não precisa de religiosos, mas este mundo está carente de verdadeiros seguidores de Cristo. Somente assim o Reino de Deus já inaugurado pode ser vivenciado não somente na abstração de uma construção teológica que pode ser estéril de vida, mas na concretização da abstração em carne e sangue, na afirmação paulina que o viver é Cristo e o morrer é lucro.

Por Rev. Marcos Aurélio

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

HOMOFOBIA, HETEROFOBIA ou TEOFOBIA? QUEREM COLOCAR MORDAÇAS NAS VOZES PROFÉTICAS

Toda voz profética foi, é e sempre será perseguida. Todo e qualquer pessoa que se levante como voz profética contra questões éticas-morais e outras questões que analisem o comportamento humano social ímpio a partir das Escrituras, sofrerão TEOFOBIA.

Abaixo nota de indignação do Jayme Asfora e o Manifesto do Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie sobre a Lei da Homofobia. Mas, depois de ler a indignação de Asfora e o texto de Nicodemus, parece que Asfora não leu o manifesto, pois em nenhum momento o manifesto se posiciona de forma discriminativa e, sim um posicionamento que cada cidadão deste país pode ter a respeito de quaisquer assuntos. Quando fala de idade média, mais uma vez Asfora é hiperbólico, como a lei PL122 o é, pois falar de idade média neste contexto é desconhecer o básico da história. O zeitgeist atual é de liberdade de expressão e não de opressão, como acontecia na idade média. Pelo menos liberdade que a abstração da lei nos garante em nosso tempo. Quando fala de isonomia, mais uma vez ele é infeliz, pois temos o direito de nos posicionar argumentativamente sobre qualquer questão, assim como um homossexual também o pode fazer. Não seriam os homossexuais os que de fato discriminam? rev. Jeferson Roberto    

 

Indignação


A nota indignou grupos de defesa de direitos dos homossexuais e especialistas na área. Para o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Jayme Asfora, a postura do Mackenzie “lembra tempos da Idade Média”. “[A universidade está] Formando seus alunos na base do preconceito, da discrminação, indo de encontro à Constituição Federal. Ela prega, como um dos seus maiores princípios, a isonomia, a igualdade. Todos são iguais perante a lei”, afirma.
   




A Universidade Presbiteriana Mackenzie, uma das maiores instituições particulares de ensino em São Paulo, causou a revolta de membros da comunidade gay por causa de um artigo assinado pelo seu chanceler e reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes.
O texto, publicado no site do Mackenzie nesta terça (16) e retirado logo depois, diante da polêmica no Twitter, se mostra contra a aprovação da lei "anti-homofobia" - ou seja, pleiteia o direito de continuar se posicionando contra o homossexualismo.
Gomes Lopes diz que a comunidade presbiteriana respeita "todas as pessoas", mas que também defende o direito de poder criticar estilos de vida que estejam em desacordo com as ideias da igreja.
A assessoria de imprensa do Mackenzie não soube explicar o motivo de o texto ter sido retirado do site poucas horas depois de publicado, limitando-se a dizer, em nota: "O Mackenzie se posiciona contra qualquer tipo de violência e descriminação (sic) feitas ao ser humano, como também se posiciona contra qualquer tentativa de se tolher a liberdade de consciência e de expressão garantidas pela Constituição."
Intitulado "Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia", o texto assinado pelo reverendo Gomes Lopes se propõe a "servir de orientação à comunidade acadêmica." Ele se baseia no Salmo 1, que, "juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão."
Leia abaixo a carta na íntegra, que foi retirada do site do Mackenzie pouco depois de sua publicação:
"Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia
Leitura: Salmo
O Salmo 1, juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão. A nossa cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado. Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.
Uma das questões que tem chamado a atenção do povo brasileiro é o projeto de lei em tramitação na Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade. A Igreja Presbiteriana do Brasil, a Associada Vitalícia do Mackenzie, pronunciou-se recentemente sobre esse assunto. O pronunciamento afirma por um lado o respeito devido a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais; por outro, afirma o direito da livre expressão, garantido pela Constituição, direito esse que será tolhido caso a chamada lei da homofobia seja aprovada.
A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto:
"Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.
Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, "desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher" (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).
A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.
Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo".
Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie"


domingo, 14 de novembro de 2010

CALEM A BOCA, NORDESTINOS

Resolvi postar este texto que recebi no meu e-mail, não somente pela sua pertinência textual e idiotice de Mayara, mas também porque sou nordestino, nasci em São Paulo, local que passei 21 anos de minha vida, minha mãe é paulista, meu pai de Lavras da Mangabeira-Ceara, me casei com uma maravilhosa mulher nordestina, tenho dois filhos lindos nordestinos, pastoreio uma igreja no sul do Ceará com muito orgulho, de pessoas nordestinas inteligentes e filhas de Deus, por isso geograficamente nasci em São Paulo, mas o sangue que corre em minhas veias e o amor que nutre meu coração perpassa pelos nordestinos, por isso "SOU NORDESTINO COM MUITO ORGULHO"  LEIA!

Por José Barbosa Junior

O que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão! Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste! Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país? Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz? Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial  Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano. Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…dentre tantos outros... E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melodias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia. Ah! Nordestinos…

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar. Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê! Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade! Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: – "Calem a boca, nordestinos!"

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol. Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes. Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

VÁRIAS DIREÇÕES? VÁRIAS EPISTÉMES?


Acredito e defendo pressuposicionalmente à afirmação bíblica que, "No princípio criou Deus os céus e a terra". Com está afirmação temos a certeza absoluta que uma criação "complexa, completa e inteligente" foi indubitavelmente criada por um ser complexo, complexo, inteligente e perfeitamente perfeito. Esta é uma verdade epistemológica que nos remete para o seguinte axioma "toda criação inteligente produz conhecimento de sua fonte originadora, a saber, Deus. Não obstante, com a queda o homem começou a desenvolver o conhecimento a partir de si mesmo, trocando a verdade pela a injustiça na linguagem paulina.

Todas as áreas do saber, com suas respectivas epistemologias, refletem algumas vezes verdades da "VERDADE ABSOLUTA". Ao pensar na natureza da verdade, encontramos pela graça comum de Deus e a imagem e semelhança impressa no homem, que o injusto tem no sentido lato lampejos de verdade. Mas, toda a epistemologia seja na área de humanas ou exatas, estão debaixo da epistéme revelacional bíblica.

O teólogo, ministro, político, jornalista e estadista Abraham Kuyper falando da soberania das esferas coloca muito bem que a fé não pode ser compartimentalizada, ou seja, mesmo vivendo em um mundo caido, o Senhor Deus é Senhor de toda ordem criada e, localizar Deus somente na vida religiosa é um reducionismo irracionalmente anti-bíblico. Como escreve Michael Horton "negar Deus em todas as esferas da vida humana é negar o próprio Deus".

Toda a realidade é realidade de Deus, no sentido que Ele é Senhor de tudo, pois quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, façais para a glória de Deus (I Co 10.31). Por isso, pensar em filosofia, em psicologia, em antropologia, em sociologia e toda e qualquer área epistémica é pensar a partir da cosmovisão teo-referente, ou seja, a referência primeira e absoluta é o Senhor que se revela proposicionalmente.

Talvez você se pergunte, mas esta cosmovisão nunca vingará no tempo presente, pois a humanidade é caida. Entretanto, temos que expor a verdade holística que refuta o legalismo e o antinomismo dentro das igrejas, como também propagar a fé reformada para àqueles que não a conhecem. E saber que um dia haverá novos céus e nova terra, onde todos não somente perceberão Deus em tudo, mas viverão Deus em todas as coisas.      

rev. Jeferson Roberto         

A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA NA APOLOGÉTICA

Já há algum tempo, o renomado apologista Jan Karel Van Baalen, em sua importante obra, O caos das seitas, nos alertou acerca de um problema que a igreja evangélica no mundo vem enfrentando. Notadamente, Van Baalen ressalta o desconhecimento das doutrinas bíblicas fundamentais por parte dos cristãos em contraposição ao empenho incansável dos adeptos das seitas no estudo metódico de suas doutrinas e também das doutrinas daqueles a quem pretendem convencer. Todo aquele que já teve a experiência de dialogar com um sectário pôde perceber que ele domina os fundamentos de sua crença, e também a doutrina dos divergentes. Raramente esse quadro é pintado de outra forma.

Confirmando os apontamentos de Van Baalen, verificamos que muitos membros de nossas igrejas se esquivam da abordagem aos adeptos de seitas pela admitida incompetência de dialogar com eles, a fim de ganhá-los para Cristo. Paulo, entretanto, observou a importância do estudo bíblico quando recomendou: “Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes”(Tt 1.9; grifo do autor).

A expressão “a fiel palavra, que é conforme a doutrina” pode ser interpretada como um fruto gerado pelo conhecimento teológico. E a expressão “convencer os contradizentes”, pode ser interpretada como um ato de evangelizar pessoas que professam uma fé distinta do genuíno cristianismo.

Será que somos hábeis em conduzir um sectário a Jesus por meio da Bíblia? Qual é a importância da teologia na apologética? Vejamos:

A relação entre a teologia e a apologética

A apologética cristã é uma disciplina da teologia cuja finalidade é defender os princípios bíblicos por ela (teologia) expressos. Assim, a apologética visa combater os desvios doutrinários identificados nas diversas disciplinas teológicas, especialmente nas doutrinas essenciais, como a natureza divina (Pai, Filho e Espírito Santo) e a encarnação, morte e ressurreição de Cristo, entre outras.

Observando esta relação, podemos concluir que a apologética atua em função da teologia. É porque os princípios doutrinários existem e são distorcidos que a apologética é necessária. Logo, todos os elementos da apologética dependem e convergem para a teologia. Com isso em mente, entendemos que a apologética será conduzida de acordo com a teologia que quer defender. Portanto, se alguém possuir algumas doutrinas distorcidas como base, sua apologética seguirá a mesma tendência. Diante destes pressupostos, vejamos algumas categorias da apologética e como essas categorias se relacionam com as doutrinas teológicas:

Apologética clássica

Este tipo de abordagem trabalha com o principal pressuposto teológico, isto é, a existência de Deus. É essa linha apologética que vai explorar os argumentos comprobatórios da existência divina. Os principais argumentos são:


a.) Cosmológico: uma vez que cada coisa existente no Universo, deve ter uma causa, deve haver um Deus, que é a última causa de tudo.
b.) Teleológico: existe um objetivo, um propósito para a criação do Universo e do ser humano.
c.) Ontológico: Deus é maior do que todos os seres concebidos porque existe na mente do homem um conhecimento básico da existência de Deus.

Os teólogos que se destacaram como apologistas clássicos foram: Agostinho, Anselmo de Cantuária e Tomás de Aquino.

Apologética evidencial

Como já podemos inferir do próprio nome, esta linha apologética procura defender as doutrinas teológicas ressaltando as evidências que as envolvem, tais como: a infalibilidade da Bíblia, a veracidade da divindade de Cristo e sua ressurreição, entre outras. Um teólogo que representa bem esta classe de apologistas em nossos dias é Josh McDowell, autor do livro (um best seller) Evidências que exigem um veredicto.

Apologética histórica

Esta classe de apologética enfatiza as evidências históricas. Seus representantes acreditam que a existência de Deus pode ser provada com base apenas na evidência histórica, porém, isso não significa que não lancem mão de outros artifícios. Geralmente, o fundamento deste tipo de abordagem são os documentos do Novo Testamento e a confiabilidade de suas testemunhas. Podemos encontrar teólogos expoentes da apologética histórica nos primórdios da igreja, como Justino Mártir e Tertuliano.

Apologética experimental

Este tipo de apologética, geralmente, é apresentada por fiéis que arrogam para si experiências religiosas pessoais e, às vezes, exclusivas. Assim, alguns apologistas rejeitam este tipo de abordagem por seu caráter excessivamente místico e alegam que tais experiências são comprobatórias apenas para os que nelas crêem ou delas compartilham. Em suma, a apologética experimental se apóia na experiência cristã como evidência do cristianismo e está relacionada à teologia do leigo; ou seja, à teologia que não é acadêmica, mas popular.

Um ponto negativo desta abordagem é que ela se apresenta de forma um tanto quanto subjetiva. Ou seja, é difícil sentenciá-la como verdade ou fraude. O seu ponto positivo, porém, é que a nossa crença precisa, de fato, ser vivida, experimentada, do contrário não passará de teoria.

Apologética pressuposicional

Esta abordagem é chamada assim porque parte de uma pressuposição para construir sua defesa... O “pressuposicionalismo” pode ser assim classificado:

a.) Revelacional: todo o entendimento da verdade parte da pressuposição da revelação de Deus e da legitimidade da Bíblia em expor esta revelação.
b.) Racional: a pressuposição básica gira em torno da coerência do argumento. Se o cristianismo arroga para si a posição de única verdade, então isso implica em dizer e provar que todos os demais sistemas são falsos.
c.) Prático: a pressuposição aqui é a de que somente as verdades cristãs podem ser vividas.

Os teólogos que se destacaram como apologistas “pressuposicionalistas” foram: Cornelius Van Till e John Carnell.

A teologia como um baluarte contra o erro

Como podemos confirmar, independente do tipo de apologética que esteja sendo exercido, o fato é que todas se relacionam com os fundamentos da teologia.

Sabemos que a grande ocorrência da apostasia em nosso meio envolve seitas pseudocristãs, ou seja, aquelas que mais se assemelham com o cristianismo. Isto se deve ao emprego distorcido dos fundamentos teológicos facilmente aceitos entre os crentes incautos. É como se fosse um disfarce do cristianismo, uma maquiagem para a verdade cristã.

Quando um crente encontra-se desabilitado para defender sua fé, ele fatalmente está propenso ao engano. Disse Charles Hodge: “Que ninguém creia que o erro doutrinário seja um mal de pouca importância. Nenhum caminho para a perdição jamais se encheu de tanta gente como o da falsa doutrina”. A tragédia espiritual de inúmeros crentes é que eles não atentam para isso.

O apologista Walter Martin também alertou que é conhecendo a verdadeira nota que conseguimos identificar a falsa. É possível ser um teólogo e não ser apologista, embora isso não seja plausível. Entretanto, é impossível ser um apologista sem ser um teólogo! O conhecimento das doutrinas fundamentais da Bíblia é o maior baluarte contra o erro. Todo o engodo está na deturpação das Escrituras, na distorção da doutrina. Uma teologia voltada para a apologia certamente evitaria os modismos que têm causado escândalo entre os evangélicos em nosso país. Vejamos o que o apóstolo Paulo orientou a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1Tm 4.16; grifo do autor). A Tito, ele declarou: “Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade” (Tt 2.7; grifo do autor).

O nosso desejo e oração é para que, assim como Paulo, os líderes de nossas igrejas também se dediquem em orientar e conscientizar seus colaboradores sobre a importância da teologia na defesa da fé de seus membros. Somente assim, e com o auxílio do Espírito Santo, conseguiremos manter singelas as verdades eternas da Palavra de Deus.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A CAUSA PRIMEIRA

Se perguntássemos como surgiu tudo que existe, na tentativa de saber a origem de todas as coisas, chegaríamos à conclusão de que não parece haver uma resposta convincente para essa pergunta. Quer ver? Os cientistas dizem que tudo surgiu a partir de uma explosão, o famoso big bang. Essa explosão teria dado origem ao Universo e, conseqüentemente, a tudo o mais. Porém, poderíamos continuar perguntando: “E de onde surgiu o big bang?” Os próprios cientistas responderiam que o big bang surgiu do nada. Em outras palavras, para eles, a “causa primeira” foi o nada. O nada teria criado o tudo.

O crente, porém, responderia que, se tudo realmente surgiu de uma explosão, do big bang, como declaram os cientistas, então foi Deus quem criou essa explosão. Não é uma resposta melhor? Não para o cientista, que aproveitaria a deixa e perguntaria ao crente: “E de onde surgiu Deus?” É nessa hora que devemos responder o seguinte: “De lugar nenhum, pois Deus sempre existiu. Ao contrário do Universo, que teve necessariamente um início, início esse que vocês chamam de big bang”.

O meu objetivo ao escrever estas linhas é apresentar evidências para a declaração acima, qual seja, de que o Universo teve um início (seja esse início chamado ou não de big bang), enquanto que Deus sempre existiu.

Que o Universo teve início, pode ser provado pelo seguinte raciocínio: se o Universo fosse eterno, não poderia obviamente ter início e nem fim, já que essa é a característica fundamental de alguma coisa que seja eterna. Mas note que o Universo é composto de elementos materiais, e matéria deteriora. Logo, tem fim. Se tem fim, não é eterna, porque está presa ao tempo. E, se está presa ao tempo, também teve um começo, um início. Quanto a isso os cientistas não podem discordar, pois eles mesmos têm chamado esse início de big bang, a “grande explosão”. O interessante é que os cientistas são obrigados a admitir um início para o Universo por causa, dentre outras coisas, da chamada segunda lei da termodinâmica. A termodinâmica é o ramo da Física que estuda matéria e energia. Sua segunda lei diz que todos os elementos materiais têm um fim, justamente porque deterioram. Não é à toa que a segunda lei da termodinâmica também é conhecida como lei da entropia (entropia é a tendência ao estado de degradação, destruição). Você vê a lei da entropia agindo o tempo todo sobre seu carro, sua roupa e seu corpo, só para citar alguns exemplos.

Ora, a lei da causalidade, outra lei científica, diz que “tudo que teve um começo teve uma causa”, e a lei da causa e efeito, também lei científica, complementa a lei da causalidade quando diz: “A causa tem de ser maior do que o efeito”. Trocando em miúdos, algo complexo não pode surgir de algo simples. Assim como subentendemos, ao ver um dicionário, que um ser humano o produziu, pois, além de exigir um trabalho manual para sua confecção, também contém informações inteligentes, devemos subentender que, se o Universo teve um começo – algo que os próprios cientistas afirmam –, então ele teve uma causa (conforme nos ensina a lei da causalidade), e essa causa tem de ser “maior”, mais complexa do que o próprio Universo (de acordo com a lei da causa e efeito).

Uma causa mais complexa do que o Universo? Sim, porque, para ter criado o Universo do nada, tem de ser uma coisa – ou alguém – inimaginavelmente poderosa. Neste ponto devo acrescentar que realmente não pode ser “uma coisa”, pois qualquer um pode notar que o Universo segue um planejamento: há uma ordem sendo seguida pelos planetas, em movimentos de rotação e translação, e há estações que se alternam periodicamente; se formos citar apenas o homem, o funcionamento dos órgãos do corpo humano é um elemento mais do que suficiente para provar a tese de que há um
planejamento fora e dentro de nós. Se há planejamento, há um arquiteto que planejou. Se há planejamento, há uma mente inteligente que planejou (“coisas” não planejam; “energia” também não planeja). Logo, a causa primeira, mais complexa do que o Universo, só pode ser alguém assombrosamente inteligente.

Eu acrescentaria que esse ser inteligente tem interesse no ser humano, visto que não somente o criou, mas também o colocou em um lugar propício à sua sobrevivência. Se tivéssemos sido colocados na Lua, por exemplo, estaríamos mortos. Fomos colocados na Terra, e com recursos para nos alimentarmos, matarmos a sede, enfim. Para terminar, menciono a famosa teoria da relatividade, de Albert Einstein. Essa teoria afirma que matéria, espaço e tempo são elementos correlacionados, ou seja, são interdependentes. Você não pode ter um sem ter os outros. Isso significa que a matéria não foi criada sozinha, pois nasceu ocupando um espaço físico e sujeita ao tempo. Ora, deduzimos disso que a causa primeira, que criou a matéria, o espaço e o tempo deve, obrigatoriamente, ser imaterial (pois já existia quando criou a matéria, o que significa que não existia em uma forma material e, portanto, também não ocupava um espaço físico) e deve, obrigatoriamente, ser eterna (pois já existia quando criou o tempo).

Resumindo tudo que dissemos até aqui, a causa primeira é um ser mais complexo que o Universo; inimaginavelmente poderoso, assombrosamente inteligente, interessado no ser humano, imaterial e eterno. Quem se enquadra perfeitamente nessa descrição? Apenas Deus.

A IMORALIDADE DA NEUTRALIDADE

Dr. Greg L. Bahnsen

Todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento devem ser encontrados em Cristo; assim, se alguém for tentar chegar à verdade aparte de um compromisso com a autoridade epistêmica de Jesus Cristo, ele será roubado através de uma vã filosofia e enganado por sutilezas astutas (veja Colossenses 2:3-8). Consequentemente, quando o cristão se aproxima da erudição, da apologética ou do campo dos estudos, ele deverecusar firmemente aquiescer às demandas errôneas da neutralidade em sua vida intelectual; ele nunca deve consentir em render suas crenças distintivas religiosas “por um tempo”, como se alguém pudesse através disso chegar a um conhecimento genuíno de maneira “imparcial”. O princípio da sabedoria é o temor do Senhor (Provérbios 1:7).

Tentar ser neutro nos seus esforços intelectuais (seja a investigação, argumentação, raciocínio ou ensino) é equivalente a tentar apagar a antítese entre o cristão e o incrédulo. Cristo declarou que o primeiro foi separado do último pela verdade da palavra de Deus (João 17:17). Aqueles que desejam ganhar dignidade aos olhos dos intelectuais do homem usando o emblema de “neutralidade”, somente farão isso à custa de recusar ser separado pela verdade de Deus. No reino intelectual eles seriam absorvidos para o mundo, de forma que ninguém poderia lhes dizer a diferença entre o seu pensamento e suposições dos pensamentos e suposições apóstatas. A linha entre o crente e o incrédulo seria obscurecida.

Tal indiscriminação na vida intelectual de uma pessoa não somente impede o conhecimento genuíno (cf. Provérbio 1:7) e garante o engano vão (cf. Colossenses 2:3-8), mas também é absolutamente imoral.

Em Efésios 4:17-18, Paulo ordena aos seguidores de Cristo que eles “não mais andem como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração”. Os crentes cristãos não devem andar, nem devem se comportar ou viver, numa forma que imite o comportamento daqueles que não são redimidos; especificamente, Paulo proíbe o cristão de imitar a vaidade[1] de mente dos incrédulos. Os cristãos devem rejeitar pensar ou raciocinar de acordo com uma tendência ou perspectiva mundana. O agnosticismo culpável dos intelectuais do mundo não deve ser reproduzido por cristãos, alegando-se neutralidade; esta perspectiva, esta abordagem da verdade, este método intelectual evidencia um entendimento obscurecido e um coração duro. Ele recusa se curvar diante do Senhorio de Jesus Cristo em todas as áreas da vida, incluindo a erudição e o mundo do pensamento.

Uma pessoa deve fazer esta escolha básica em seu pensamento: ser separado pelaverdade de Deus ou ser alienado da vida de Deus. Não se pode escolher os dois caminhos. Uma pessoa será separada, posta contra, ou alienada do mundo ou da palavra de Deus. Ele permanecerá em contraste com o método intelectual que ele recusa seguir.
Ele recusará seguir a palavra de Deus ou recusará seguir a tendência vã dos gentios. Ele distingue a si mesmo e ao seu pensamento por contraste para com o mundo ou para com a palavra de Deus. O contraste, a antítese, a escolha é clara: ser separado pela palavra verdadeira de Deus ou ser alienado da vida de Deus. Ou se tem “a mente de Cristo” (1Coríntios 2:16) ou “a mente vã dos gentios” (Efésios 4:17, versão do autor). Ou “levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Coríntios 10:5) ou continuamos como “inimigos [de Deus] no entendimento” (Colossenses 1:21).

Aqueles que seguem o princípio intelectual da neutralidade e o método epistemológico da erudição incrédula não honram o soberano Senhorio de Deus como deveriam; como resultado, o raciocínio deles é tornado vão (Romanos 1:21). Em Efésios 4, como temos visto, Paulo proíbe o cristão de seguir esta tendência vã. Paulo continua ensinando que o pensamento do crente é diametralmente contrário ao pensamento ignorante e obscurecido dos gentios. “Mas não foi assim que aprendestes a Cristo” (v. 20).
Enquanto os gentios são ignorantes, “a verdade está em Jesus” (v. 21). Diferentemente dos gentios que são alienados da vida de Deus, o cristão colocou de lado o velho homem e foi “renovado no espírito do seu entendimento” (v. 22-23). Este “novo homem” é distinto em virtude da “santidade [procedente] da verdade” (v. 24, versão do autor). O cristão é completamente diferente do mundo quando diz respeito ao intelecto e erudição; ele não segue os métodos neutros da incredulidade, mas pela graça de Deus ele tem novos comprometimentos, novas pressuposições, em seu pensamento.

Portanto, o cristão que busca a neutralidade em seu pensamento na realidade se encontra num esforço de apagar o fato de que ele é cristão! Negando seu compromisso religioso distintivo, ele se reduz aos padrões apóstatas de pensamento e é absorvido pelo mundo da incredulidade. Tentar encontrar um compromisso entre as demandas da neutralidade do mundo (agnosticismo) e as doutrinas da palavra de Cristo resulta na rejeição do Senhorio distintivo de Cristo, ao destruir o grande abismo que existe entre o pensamento do velho homem e aquele do novo homem.

Nem sequer tal compromisso é possível. “Ninguém pode servir a dois senhores” (Mateus 6:24). Não deveria ser surpresa que – num mundo onde todas as coisas foram criadas por Cristo (Colossenses 1:16) e são sustentadas pela palavra do seu poder (Hebreus 1:3), e onde todo conhecimento está, portanto, depositado naquele que é A Verdade (Colossenses 2:3; João 14:6) e que deve ser o Senhor sobre todo pensamento (2Coríntios 10:5) – a neutralidade seja nada menos que imoralidade. “Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4).

Você tem a coragem de defender seus distintivos cristãos na erudição, apologética e nos estudos, ou você está tentando eliminar o contraste entre o pensamento cristão e o apóstata ao seguir as demandas da neutralidade? Posta na perspectiva bíblica, esta pergunta pode ser reformulada da seguinte forma: o seu pensamento opera debaixo do Senhorio de Jesus Cristo ou você tem se tornado um inimigo de Deus através de padrões de pensamentos neutros, agnósticos e incrédulos? Escolha hoje a quem você servirá!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A IMUTABILIDADE E A NÃO INAMOVIBILIDADE DE DEUS NA ORAÇÃO

As nomenclaturas aludidas ao Senhor Deus na Oração como a Sua “imutabilidade ou inalterabilidade” e “não inamovibilidade ou movibilidade”, é um dos grandes paradoxos no exercício espiritual da Oração.

Não obstante muitos empregam a imutabilidade de Deus como desculpa para não dirigirem Orações ao Senhor. Por outro lado há pessoas totalmente ativas, com a finalidade fomentada de alterar os desígnios de Deus. Aliás Lutero observou muito bem o desejo humano de revogar os propósitos Divinos, dizendo “Orar não é vencer a relutância de Deus, mas é apropriar-se do beneplácito dEle”.[1] A revelação nos informa no que concerne a imutabilidade de Deus, em todo o Seu Ser, em todos os Seus decretos, Suas promessas, em Seus atributos, Ele é imutável.


Entretanto para muitos teólogos contemporâneos a imutabilidade Divina travaria todo processo da Oração, seguindo o raciocínio de Charles Hartshorne o pai da teologia do processo, que defende a mutabilidade de Deus como contínua, porque Deus acrescenta a si mesmo todas as experiências que acontecem no universo.
Os teólogos desta teologia herética têm aversão à imutabilidade de Deus, achando que por mais que o homem Ore, ele nada poderá fazer, pois se Deus é de fato imutável, Ele não se importa com os interesses dos homens. Grudem refutando tal pensamento escreveu:

“Quanto à idéia de que precisamos poder influenciar o próprio ser de Deus para que tenhamos importância, só nos resta responder que se trata de uma pressuposição incorreta inserida na discussão, não compatível com as Escrituras. A Bíblia deixa claro que nossa importância última vem não de sermos capazes de mudar o ser Divino, mas do fato de que Deus nos criou para a sua glória e que ele nos considera importante.” [2]          

Imaginar Deus continuamente fazendo ajustes em suas expectativas para o futuro, modificando Seus planos para se ajustarem às metamorfoses múltiplas e flutuações das mais variadas possíveis, no qual o homem é parceiro inseparável nestas mutações, surge uma pergunta, Como ter confiança que a Oração será cumprida, se Deus é minado pelas mudanças mais improváveis, que até Ele às vezes não saberia o que fazer?  

Orar não é fazer com que Deus sofra permutações em Seu Ser, mas é sobre tudo a instrumentalidade por meio do qual Deus cumpre Seus decretos eternos e imutáveis. Como bem colocou Haldane:

“Se, na verdade, tudo sucede pelo cego acaso ou por necessidade fatal, não haveria qualquer eficácia moral nas orações, e nenhuma utilidade, mas sendo reguladas pela orientação imutável da sabedoria divina, as orações tem um lugar na ordem dos acontecimentos”. [3]

A imutabilidade de Deus não pode ser entendida como um atributo que deixa Deus estático em Suas ações, e que faz da Oração uma verbalização para o vazio. Mas deve ser entendida parafraseando as palavras de Grudem, que traz a concomitância da imutabilidade Divina e a Sua movibilidade, mostrando que Deus não é inamovível e tem movimentos em Seu Ser e em Seu modo de agir. 

O teólogo Grudem literalmente define que “Deus é imutável no Seu Ser, nas suas perfeições, nos seus propósitos e nas suas promessas, porém, Deus age e sente emoções, e age e sente de modos diversos diante de situações diferentes”.[4] 

As Escrituras trazem algumas aparentes mudanças de Deus, porém são mudanças condicionais aos Seus decretos. Em Is 31.1-8 tem-se o caso do rei Ezequias, que muitos defendem como sendo a Oração do rei que fez Deus mudar Seus propósitos, porém Deus se move conforme os planos pré-estabelecidos. Neste caso de Ezequias Deus não mudou à duração de vida do rei no momento de sua Oração, a intervenção Divina foi acessada pela sua Oração, isto é um fato indubitável, mas foi o meio determinado por Deus nos tempos eternos para acrescentar 15 anos na vida do rei Ezequias.

O profeta Moisés intercedeu pelo povo de Israel (Ex 32.9-14), porque Deus tinha dito que enviaria um juízo, desde que a  situação continuasse a mesma, porém a situação mudou quando Moisés começou a Orar. A Oração mudou a situação e fez parte desta nova situação, que Deus atendeu e sustou o juízo.
Pode-se dizer então, que a Oração foi responsável direta pela mudança da situação. De  fato foi em um estado real de acontecimentos temporal, concreto e terreno, mas em uma realidade atemporal e espiritual, a mudança conquistada por Moisés em Oração foi o cumprimento dos decretos de Deus na eternidade. Moisés Orou porque não sabia os decretos Divino, mas sentiu-se compungido de alma ao interceder pelo povo de Israel.

Deus sabe tudo que irá acontecer, mas o homem não sabe por isso deve Orar fervorosamente. Este estado de ignorância dos acontecimentos futuros deve fomentar as Orações dos santos, que cônscios da imutabilidade de Deus e também de Sua movibilidade, fará cumprir todos os Seus propósitos movendo-se através das Orações dos justos.

A movibilidade imutável de Deus é uma obra de Sua própria providência. Os planos de Deus estabelecidos por Ele mesmo irá acontecer pela Sua providência que inclui o esforço humano. A Bíblia ensina que o plano de Deus é definido e fixo, não sofre variações, mas também ensina que a Oração é uma ordem a ser praticada e que ela é eficaz. Encontra-se um tipo de parceria entre Deus e o homem, pois a ação do homem em Oração é a providencia da movibilidade de Deus em mudar a coisas.      

Nos elementos da providência Divina encontra-se o Concursus que envolve a idéia de cooperação de Deus e homens no acontecimento de todos os atos, sejam bons ou maus, para a realização de tudo o que Deus de antemão escreveu. Berkhof define-o como “a cooperação do poder divino com os poderes subordinados, de acordo com as leis pré-estabelecidas para sua operação fazendo-as atuar, e que atuem precisamente como o fazem.”[5]

As Escrituras ensinam que a providência de Deus, age também nas ações ou operações da criatura, e que Deus exerce operação imediata como causa primeira dando condições às causas secundárias de serem reais, existindo assim a cooperação da Causa Primeira com as causas secundárias.

Esta verdade bíblica funciona na Oração como a atividade de Deus de não excluir a participação humana no que diz respeito o agir dos Seus planos. O concursus simultâneo, a ação é sempre resultado da combinação do ato dos homens e da participação divina, mas o homem é sempre responsável por sua ação (Gn 45.5; Ex 4.11,12; Es 6.22; Dt 8.18).

A Oração é um meio de comunicação espiritual entre Deus e o homem, que há o compatilismo sadio das Escrituras, no qual Deus é movível com a cooperação das Orações dos santos. Não significa que Deus não tenha poder para efetuar Seus propósitos sem a Oração, mas Ele decidiu em si mesmo que muitos de Seus planos seriam concretizados somente através da Oração de seus servos.

A imutabilidade de Deus e Sua não inamovibilidade se constatam claramente na vida de Elias. Deus enviou a seca em Sarepta por três anos e ouve grande fome e muitas mortes decorrentes desta ausência profunda de água, mas Deus não alterou Seu propósito em não mandar chuva, até que chegasse o momento oportuno de enviá-la sobre a  terra  (1Rs 17.2-12).

As Escrituras relatam que veio a palavra do Senhor a Elias dizendo que cairia chuva sobre a da terra (1 Rs 18.1). Mesmo com esta promessa predita pelo Senhor, o profeta Elias encurvado sobre a terra Orou pedindo chuva, e a Bíblia relata que só havia uma nuvem pequena como a palma da mão do homem, e a chuva veio torrencialmente (1 Rs 18.42-45). O Concursus providencial de Deus é a grande prova que Ele é Movível junto com a cooperação participativa do homem na Oração.

O Senhor Deus é imutável, mas paradoxalmente sempre causa mudança na história da humanidade. Dagg escreveu sobre isto com muita propriedade “ O plano completo de Deus foi arranjado de tal maneira, em sua infinita sabedoria, que muitas das Suas bênçãos são outorgadas exclusivamente em resposta às nossas Orações”[6]            

Orar não é extrair do Senhor Altíssimo, variações de Seus projetos eternos, mas é rogar para que a imutabilidade do Seu Ser e dos Seus decretos se movam por meio das Orações. Não mudar não significa não agir. A movibilidade de Deus nas Orações é a expressão máxima de Seus planos imutáveis, que o faz ser Deus.     
 
rev. Jeferson Roberto

[1] Apud, PINK, A. W. Deus é Soberano. São Paulo: Fiel, 1997, p.128.
[2] GRUDEM,Wayne. Op. Cit., p.115.
[3] Apud, PINK, A. W. Deus é Soberano. São Paulo: Fiel, 1997, p.131.
[4] GRUDEM,Wayne. Op. Cit., p.111.
[5] BERKHOF, Louis. Op. Cit., p. 170.
[6] DAGG, John L. Manual de Teologia. São Paulo: Fiel, 1989, p.50.